Eu sou organista assim como você. Moro em Brasília e me formei em São Paulo. Além de tocar, também componho principalmente para nosso instrumento em comum, além de pesquisar literatura para o mesmo. Gostaria de poder manter contato com você. O meu e-mail é marcelobrunorodrigues@gmail.com. Atualmente me dedico ao deciframento de tablaturas para órgão.
Este antigo instrumento teve origem na Grécia antiga com ohydraulis, um instrumento com flautas (tubos) cujo funcionamento consistia em mergulhar parte do mecanismo em água, produzindo uma pressão contínua do ar para os tubos.
Mais tarde, por volta do século I d.C. passou-se a adotar o órgão pneumático em substituição ao sistema hidráulico. Esse é o sistema que, posteriormente, seria utilizado para a construção de órgãos de tubos nas igrejas e que continua sendo usado até os dias atuais.
Currículo
PAULO BRUM iniciou seus estudos de órgão e teoria musical na Escola “Recital” em Santa Rosa/RS.
Formado em Teologia pelo Seminário Concórdia de São Leopoldo, e em Música, regência e composição pela UFRGS, com especializações nacionais e internacionais na área da Música (UFRGS) e Teologia (Seminário Concórdia de São Leopoldo, Escola Superior de Teologia e Universidade Luterana do Brasil - ULBRA).
Gravou trabalhos fonográficos com o Coro Masculino do Seminário Concórdia, Coro Misto e Feminino do Instituto Concórdia de São Leopoldo, Coro Infantil, Juvenil e Vocal Carpe Diem da ULBRA, Coro e Orquestra Sacra da ULBRA, Banda SONs, Coro da CELSP, Grupo CÍMBALLUZ, entre outras participações em cultos, uniões corais e orquestrais, concertos e gravações como maestro, arranjador, instrumentista, cantor e compositor.
Regeu grandes obras do repertório sacro para coro, orquestra e solistas como Cantata BWV 80 “Cantata da Reforma” de J. S. Bach e também “Glória” de Antônio Vivaldi. Adaptou, orquestrou e conduziu a Cantata cênica “O Filho Pródigo” de Valdo Weber, que a cada temporada é interpretada na universidade com a Orquestra de Câmara da ULBRA, Coro Sacro da ULBRA, solistas e músicos convidados.
É Capelão de Música da ULBRA (Mestre de Capela) e Pastor de Música da CELSP (Comunidade Evangélica Luterana “São Paulo”) atuando como Orientador Musical-litúrgico com os grupos e músicos da paróquia na área coral e orquestral, bandas gospel e organistas, bem como, com os diversos grupos musicais e vocais existentes na universidade e na sociedade, contribuindo para o desenvolvimento da música sacra na região.
É aluno do programa de Mestrado em Teologia pelo PPG da Faculdade de Teologia do Seminário Concórdia de São Leopoldo (IELB) com ênfase em Hinologia e Litúrgia.
Iniciou seus estudos em Órgão de Tubos com o prof. Valério Huwer e Hans-Gerhard Rottmann. É o atual Vice-presidente da Associação de Organistas do Rio Grande do Sul, participante e conferencista de Encontros Nacionais e Internacionais de Organeiros e Organistas. É aluno do programa de Pós-graduação de Mestrado em Órgão de Tubos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) “práticas interpretativas” sob a orientação da Profa. Dra. Any Raquel Carvalho.
Desejando encorajar o progresso de seu jovem filho ao órgão, a mãe levou-o a um concerto de um grande organista. Depois de sentarem na igreja, a mãe viu uma amiga e saudá-la. Tomando a oportunidade para explorar as maravilhas da igreja, o pequeno menino se levantou e, eventualmente, suas explorações o levaram a uma porta onde estava escrito: “PROIBIDA A ENTRADA”.
Quando as luzes abaixaram e o concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que seu filho não estava. De repente as luzes caíram sobre um impressionante órgão no coreto. Horrorizada, a mãe viu seu filho sentado ao instrumento, inocentemente, “catando” as notas da melodia “Cai, cai balão”.
Naquele momento, o grande mestre fez sua entrada e sussurrou no ouvido do menino: “Não pare, continue tocando”. Então debruçando, o famoso organista estendeu sua mão esquerda e começou a preencher a parte do baixo. Logo, abraçando-o, colocou a mão direita ao redor do menino e acrescentou um belo acompanhamento de melodia. Juntos, o velho mestre e o jovem noviço, transformaram uma situação embaraçosa em uma lição de vida. O público estava perplexo. E a mãe também...
Em nossa vida acontece coisas semelhantes. O que podemos conseguir por conta própria é tão singelo e, aparentemente, pequeno. A nossa melodia parece tão simples, sem graça, não é a melodia da moda, é em alguns momentos desafinada, até. Porém você pode escutar a voz do Mestre Jesus sussurrando em seu ouvido: NÃO PARE, CONTINUE TOCANDO... Não desista! Vai em frente! Sinta seus braços amorosos ao seu redor. Saiba que suas fortes mãos estão tocando o concerto de sua vida.
NÃO PARE, CONTINUE TOCANDO...
Paulo Brum Pastor e Organista
“SOLI DEO GLORIA”
A SIMBOLOGIA DO ÓRGÃO DE TUBOS NO CRISTIANISMO OCIDENTAL
Órgão de Tubos: Traz a Vox Dei. Traz a voz de Deus no Ocidental. Flauta com som constante, sem interrupção da respiração. Essa foi a idéia inicial da construção do Órgão de Tubos. Daí surgiu a HYDRA – Órgão hidráulico, na Grécia antiga.
Teve concursos incentivando o povo a estudar e a tocar a HYDRA. Os prêmios eram a isenção de impostos, esfinge gravada em moedas ou em paredes, terrenos, entre outras coisas rentosas e luxuosas da época.
APÓLO – Na mitologia grega, era o Deus da razão, da consciência e música. Representava o bem. Quem estava ao lado dele, se encontrava no céu. DIONÍSIO - Na mitologia grega, era o Deus da terra, da fertilidade, da matéria, do instinto. A HYDRA servia para acordar DIONÍSIO.
Nas festas de BACCO (Deus do vinho), incentivando a fertilidade, coisa do instinto. Portanto tinha um carro naval (espécie de carro alegórico) com a HYDRA. Carro naval – possível CARNAVAL.
O órgão, pela história grega, é um instrumento pagão. Vindo dos helenos.
O instrumento passa a ser símbolo de ostentação. Quem tinha ou dava Órgão de Tubos tinha muito dinheiro e poder. No século XI e XII, órgãos e relógios eram relíquias em engenharia. Eram guardados nas Abadias. Olha, então a lógica. Se para um rei terreno se usava um instrumento tão complexo, tão forte, tão sonoro, tão rico em timbres, em harmonias, grande, etc ..., também deveria honrar o Rei dos Reis. Aqui se torna um instrumento religioso.
PAN (mitológico homem-bode) e SIRIS (mitologicamente uma mulher muito bela, delicada e que canta muitíssimo bem). Portanto cada vez que PAN beija SIRIS ela canta. (Flauta-pam, que tem relação com o órgão de tubos).
Islâmicos dizem que nós somos flautas nas mãos de Deus.
Jovem CICÍLIA (Romana) queria se dedicar a Deus. Mas precisava se casar. Ela propôs casar sem consumar o casamento (Ter relações sexuais com o marido). Quando casaram ela trancou os ouvidos para a música (instrumental), pois precisava prestar atenção ao texto onde continha a mensagem. Ela foi morta em função de não se casar. Normalmente, em pinturas de época, aparece CECÍLIA sempre carregando um portativo (pequeno órgão). Mas ela não tocava.
Órgão de Tubos – une o transcendente ao natural e o natural ao transcendente.
Órgão de Tubos – une o céu e a terra. Divino e o humano.
Órgão tem a forma de um castelo ou cristal. Cada comunidade é um órgão. Cada membro é um tubo que somados e liderados pelo organista JESUS soam em harmonia.
Deus é tudo em tudo. E o órgão, pela complexidade e sonoridade, possibilidades de timbres é o instrumento que representa melhor o Divino e Humano. Expressa melhor as coisas do Criador e Criatura. Velho e novo homem, segundo Lutero.
Psicologicamente falando, uma pesquisa mostra que as pessoas sentem quando escutam um órgão de tubos. Terror – é como se estivesse em uma casa mal assombrada e sombria. É o lado da ira e da morte. Vazio, solidão e tristeza - Questionar a prática do Evangelho. Poder e majestade – quando toca o tutti, parecendo o Juízo Final. Calma e suavidade – quando soa o pianíssimo.
Com relação ao organista.
Ele mexe com um instrumento muito poderoso. O risco é de o organista se tornar o “Semi-Deus”. Sobe muito o ego.
Mas é uma faca de dois gumes. Se é Deus, se exige como Deus (perfeito se exige perfeito). E jamais o que é imperfeito vai se tornar perfeito. Os extremos... É importante saber o tamanho do seu EGO. Procurar ser equilibrado, não tão desleixado e nem tão estressado com a performance ao órgão.
Sempre saber que foi o Órgão que merece mais os elogios (instrumento muito sonoro e poderoso – uma analogia a Deus, o perfeito) e não o organista (homem e imperfeito). Manter o princípio da humildade e equilíbrio, aliás, em tudo é importante agir assim. Que Deus nos ajude a ter sempre o discernimento sobre estas coisas.
Prof. José Jorge Zacarias Faculdade de Psicologia São Judas Tadeu - SP
Termos relativos a órgãos de tubos
O que é um órgão de tubos?
É um instrumento de sopro no qual os foles representam o papel do sopro humano. O órgão soa quando o ar passa através de seus tubos, como numa flauta. Para que somente os tubos selecionados toquem quando o ar é ativado pelos foles, é preciso uma ação combinada entre o teclado, os registros e os tubos. Quando a tecla é abaixada, as válvulas correspondentes abrem-se e os tubos cantam. Os sopradores que tem uma determinada pressão; deste vai para os someiros, que irão distribuir o ar de acordo com o registro ligado e as teclas abaixadas. O controle de todo o instrumento parte da consola, onde fica o organista.
Acoplamento: É um recurso mecânico que permite que os tubos de um teclado passem a soar em outro teclado e na pedaleira. Assim, quando acionado o tablete II/I na consola, os registros em uso no II manual passarão também a soar no I manual.
Anches:
Em francês, o conjunto de todas as lingüetas de um órgão.
Caixa expressiva
É uma caixa com venezianas que aloca os tubos de determinado teclado. Por meio de um pedal, que fica na consola, o organista pode abrir ou fechar as venezianas da caixa e o som aumenta ou diminui, dando mais expressividade à música. Os órgãos podem ter um ou mais teclados expressivos; não é raro encontrar-se órgãos do inicio do século XX com todas as divisões colocadas em caixas expressivas. A caixa expressiva foi usada pela primeira vez em 1712, em Londres.
Combinações fixas É um recurso que coloca uma série de registros em uso ao mesmo tempo. As combinações fixas não podem ser alteradas pelo organista e geralmente agrupam os registros por intensidade – dos suaves aos mais fortes – nas seguintes combinações: PP – pianíssimo; P – Piano; MF – meio forte; F – forte; FF – Fortíssimo.
Combinações livres ou ajustáveis
É um recurso que possibilita ao organista colocar em uso, ao mesmo tempo, uma série de registros. As combinações livres ou ajustáveis são “programadas” pelo organista quando a execução de uma peça assim o exigir. Os dois tipos de combinações livres ou fixas são encontradas em qualquer tipo de órgão; as mais antigas eram geralmente operadas através de botões que deveriam ser apertados pelos pés; as combinações com ação elétrica são acionadas com os dedos.
Consola ou console
É o móvel de madeira, o local onde estão todos os comandos do órgão e de onde o organista toca. Não há um termo em português para esta parte do órgão. Console é o termo em inglês que traduzo por consola. A consola pode estar ligada ao corpo do órgão ou distante do mesmo conforme o sistema de transmissão empregado.
Crescendo, ou pedal de crescendo
Um mecanismo acionado pelo pé, como um pedal, que acrescenta gradualmente todos os registros do órgão, do mais suave ao mais forte. Foi inventado ao século XIX e geralmente é pneumático ou elétrico. Na Alemanha eram usados os Rollschwller em vez de um pedal era um rolo que deveria ser acionado com os pés.
En chamade Este termo indica uma fileira de tubos, usualmente de lingüetas, colocados horizontalmente na fachada de um órgão. Até o final do século XVIII somente os órgãos ibéricos tinham trombetas em chamade (ou clarins), mas o termo não era conhecido nem usado pelos construtores portugueses e espanhóis. A expressão foi usada pela primeira vez em um contrato de 1772 para um órgão a ser construído na Provence. No século XIX, popularizou-se com Aristide Cavaillé-Coll que usou um conjunto de lingüetas em chamade completam outros registros de lingüetas existentes no interior do órgão. Atualmente são colocados em diferentes tipos de órgão. O som desse registro é geralmente penetrante, mas não chega a ter o poder e ressonância dos originais ibéricos. As vantagens desses registros em chamade, além de contribuírem para a beleza da fachada do órgão, residem na facilidade de acesso para afinação; na possibilidade de imitar o som de trompete e de criar contraste com o som dos tubos flautados. O órgão do Teatro Municipal de São Paulo tem esses registros em chamade.
Extensão
É o termo usado para indicar uma fila de tubos colocada no final da oitava acima ou abaixo do limite do teclado. Permite que aquele registro soe em mais uma oitava ou acima; assim, 116 tubos podem proporcionar registros de 32’, 16’, 8’, 2’ e 1’, no mesmo teclado de 56 teclas. Assim, a um registro de Bordão 16’ do manual com 61 tubos, acrescentando-se na oitava superior mais 12 tubos, pode-se usá-lo também como Bordão 8’. Na consola são reconhecidos nos tabletes com a nomenclatura Super ou Sub. Este recurso é utilizado amplamente nos órgãos a partir do século XX.
Fachada
É a parte estrutural e decorativa do órgão feita de madeira e de tubos. Pode-se dizer que é a “casa” do órgão, onde todas as suas partes são colocadas e exteriormente embelezada pela fachada. Os tubos da fachada podem ser sonoros ou apenas decorativos. Geralmente são usados os tubos mais graves do Principal. A forma da fachada é de importância fundamental para a projeção do som. As fachadas em forma convexa, curva para fora, melhoram a projeção do som. Por outro lado, as fachadas côncovas, curvadas para dentro, atrapalham a boa propagação do som.
Fila
Significa uma fila completa de tubos, usualmente do mesmo tipo controlados por um registro. Os tubos são arrumados em filas dentro do órgão. Cada fila começa com o tubo maior e mais grave e termina com o menor e mais agudo. Em princípio, cada fila tem um tubo para cada uma das teclas. Alguns registros têm mais de uma fila de tubos, como o registro de Mixtura.
Fresar/fresa
É o processo de desbastar metais ou madeira com a fresa, para formar superfícies planas ou curvas, roscas, engrenagens etc. A fresa é uma ferramenta que tem um cortador de diversos gumes em movimento rotativo.
Foles Aparelhos que coletam o ar e que o distribuem para os tubos do órgão. A maior parte dos foles manda o ar diretamente aos condutos, os canais, até os reservatórios. Órgãos mais modernos não usam foles, mas ventoinhas rotatórias que fornecem o ar para o reservatório. Os foles são construídos sob determinada pressão necessária para o funcionamento do órgão e manutenção da boa sonoridade e afinação dos tubos.
Lábios A parte superior inferior das bordas da boca de um tubo flautado.
Manual São os teclados de um órgão. Um órgão pode ter de um a sete teclados. Os manuais geralmente têm de quatro a cinco oitavas (Do1 a Lá4). Cada teclado do órgão é um órgão completo em si mesmo – uma divisão – e tem suas particularidades. Deve ter registros diferentes que produzem sonoridades diferentes. Cada teclado tem um nome que se relaciona com sua função ao conjunto do órgão. No órgão alemão, o nome dos teclados depende da posição dos tubos no corpo geral do órgão.
Rückpositiv (Rp) – os tubos ficam nas costas do organista.
Oberwerke (Ow) – os tubos ficam no alto.
Hauptwerke (Hw) – o teclado principal.
Brustwerke (Bw) – os tubos ficam na altura do organista.
Kronwerke (Kw) – os tubos ficam no topo do órgão.
Fernwerke (Fw) – os tubos ficam à distância.
Echowerke (Ew) – Eco.
Seintenwerke (Sw) – os tubos ficam ao lado.
O teclado principal pode ser chamado de Hauptwerke, Grand Orgue, Great; geralmente é o I ou o II teclado, dependendo do tamanho do órgão. Nos países de língua inglesa, a nomenclatura do teclado deriva da possibilidade de expressão dos mesmos: Great, Swell, Choir (estes dois últimos sempre expressivos); na França, Grand Orgue, Positiv, Récit, Bombarde, Solo.
Pedaleira
É o teclado que se toca com os pés. É conectado pelo sistema de tração com seus próprios tubos e com os tubos dos manuais. Compreende de duas a duas oitavas e meia (Do1 a Sol3). As pedaleiras podem ser côncava-radial, mais usadas na Inglaterra e Estados Unidos, ou reta, mais usadas na Alemanha e outros países europeus.
Pés Medida inglesa que equivale a 0,3048 e ainda utilizada para medir o tamanho de um tubo. O sinal ‘ ao lado do número indica a altura do tubo mais grave de determinada fila. Assim, um Principal 8’ tem no seu tubo mais grave o tamanho de 0,3048 X 8 = 2,43 m. Em cada um dos grupos, os tubos podem ser de 4’, 8’, 16’ e até mesmo 32’.
Registro É o nome que se dá também aos tabletes ou puxadores que ficam na consola. Quando acionados fazem funcionar as fileiras de tubos, permitindo a produção do som particular e específico daquele(s) conjunto(s) de tubos. O nome de cada fila de tubos (ou registro) está escrito nos tabletes ou puxadores, bem como a especificação quanto a sua altura, em pés. Um órgão médio tem de 20 a 40 registros; os grandes podem ter 80, 100 e até 200 registros. O órgão tem em média 85 vezes mais tubos do que o número de registros.
Ripieno Em italiano, designa todos os registros da família dos Principais, em todas as alturas, 8’, 4’, 2’ e 16’. Nem os registros de lingüeta e nem as flautas estão incluídos na definição original do termo no século XV. No século XVIII, na Alemanha, organo pleno, ou ripieno, envolvia todos os registros com exceção das lingüetas.
Sistema de transmissão, ou tração ou ação
É o mecanismo que faz a ligação entre os teclados e a parte sonora do instrumento, os tubos. Há quatro tipos principais:
a) Mecânico – é o mais antigo e desenvolveu-se até século XVIII, tendo sido retomado no século XX como o mecanismo mais preciso, confiável e sensível ao toque do organista. Varetas ligam às teclas a uma válvula, que habilita a passagem do ar para a coluna de tubos do someiro. Quando se liga o registro, puxa-se uma régua cheia de furos e todos os furos coincidem com os tubos, permitindo que o ar penetre e faça o tubo soar. Quando o órgão tem transmissão mecânica, a consola normalmente está colocada no corpo do órgão, ou a não mais do que a dois metros de distância.
b) Pneumático – surgiu no século XIX. Neste sistema, quando se aperta uma tecla abre-se uma válvula que faz o ar fluir por um cano condutor de ar (condutor que pode ser de chumbo ou de plástico) que vai até o someiro. Chegando no someiro empurra uma bolsa, que aciona outra válvula que vai habilitar a coluna de tubos. Essa habilitação da coluna de tubos implica no uso de um outro sistema pneumático. O ar, com outra pressão empurra uma outra válvula que vai acionar os tubos. A regulagem da pressão do ar, em cada um desses níveis, é muito complicada. Neste sistema utiliza-se diferentes fontes de ar. O órgão com sistema de transmissão pneumático pode ter algum atraso na produção do som – até de 1/3 de segundo – se não estiver bem balanceado. A consola pode ficar separada do corpo do órgão, mas não muito longe.
c) Elétrico – surgiu no século XX. A ligação é feita de maneira elétrica, por meio de eletroímãs. A consola pode ficar bem longe do corpo do órgão. Entretanto, toda a fonte sonora que estiver mais de 17 metros de distância vai ser ouvida com atraso. No órgão inteiramente elétrico cada tubo tem uma bobina e um eletroímã que deve ser pequeno, para na gastar muita energia elétrica. O mais comum é que um órgão utilize diferentes sistemas, para diferentes funções: eletroppneumático, eletropneumático mecânico. A eletricidade liberada pelo contato na tecla do(s) manual(is) e do pedal vai diretamente acionar um eletroímã que abre a passagem do ar para o tubo; isto significa um eletroímã para cada um dos tubos.
d) Eletropneumático – entrou em uso no final do século XIX. Um impulso elétrico a partir do contato da tecla ativa um pequeno eletroímã, que por sua vez ativa a válvula do tubo. É uma combinação dos dois sistemas acima descritos.
Someiros
São caixas de madeira que tem furos na parte de cima, onde tubos são encaixados pela sua base. Os tubos são colocados em fileiras ou fileiras. É uma parte muito importante do órgão, para onde convergem todas as ligações dos teclados com os tubos, e dos registros; é a caixa que serve também de recipiente para o ar que vai acionar os tubos.
Sopradores Máquina que fornece o ar para os reservatórios.
Trêmulo Um recurso mecânico que data do século XVI; produz um efeito ondulatório no som através de uma perturbação no ar que percorre o tubo.
Tubos
Formam a parte sonora do órgão. Os tubos podem ser FLAUTADOS e LINGÜETAS. Os tubos flautados representam ¾ de todos os tubos de um órgão. Podem ser feitos de metal ou madeira. Os tubos de metal são feitos de uma liga de chumbo e estanho. Nos dois tipos, o som é produzido através da vibração de colunas de ar. Mas as vibrações são induzidas por meios diferentes. Nos flautados o som é produzido pelo ar que passa através do tubo e que é desviado pela borda ou lábio superior, incitando a coluna de ar dentro do corpo do tubo. Nos tubos de lingüetas o som é produzido quando o ar, passando através do tubo, chega a uma lingüeta de metal elástico, fazendo-a vibrar. Essa vibração é levada à coluna de ar dentro do corpo do tubo, conhecido como ressonador.
Os tubos Flautados e os de Lingüetas diferem muito entre si quando aos aspectos de produção e definição tonais. Cada um desses dois grandes subdividem-se em outros tipos.
A) FLAUTADOS
a) Registros de fundo i. Diapasão (Principal)
ii. Flautas
iii. Cordas
Diapasão Este é o registro mais importante do órgão. Etimologicamente significa “através de tudo” – “a concordância através de todas as cordas”, no original grego. Essa concordância entre todas as cordas na lira era o intervalo de um oitava. No órgão essa palavra originalmente foi aplicada para um registro que percorria “através de todas” as notas do teclado, tendo um tubo para cada tecla; este era o Diapasão – se os tubos fossem fechados era o “Diapasão fechado” (Gedeckt Bourdon). O som do Diapasão é o mais característico do órgão; nenhum outro instrumento pode reproduzir esse som.
Flautas Tem um som que lembra o da flauta de orquestra. Podem ser tubos abertos e fechados. Os fechados são chamados de Gedeckt (cobertos). Uma fileira de tubos de flauta pode conter tubos fechados no grave, abertos no meio e harmônicos na parte superior da extensão. Dentro das flautas, alguns tipos de tubos enfatizam mais certos harmônicos, como o registro da Quintadena, que é uma flauta fechada com ênfase no terceiro harmônico, o que lhe dá uma sonoridade anasalada característica. O registro de Rohrflöte tem tubos flautados parcialmente fechados e equipados com pequenas “chaminés” que enfatizam o quinto e sexto harmônico.
Cordas Seu som parece-se com o dos instrumentos de corda, dos quais adquiriram o nome: Viola, Viola da Gamba, Cello. Tem um som menos encorpado do que os outros registros flautados; nos registros de cordas o som fundamental é fraco enquanto os outros harmônicos acima são bem mais enfatizados.
b) Registros de mutação Mutações: são registros que “mudam” as características do som e da altura. Produzem a 5ª., 3ª, 7ª, 9ª, a uma oitava acima. As mutações podem ser simples, com uma só fila de tubos, e compostas, com duas filas até sete filas, formando aqui as “misturas”. Devem ser usadas em combinação com outros registros. O propósito é enfatizar certos harmônicos, dando mais brilho, cor ao som do órgão.
Mutações compostas – possuem mais de uma fila de tubos que duplicam certos harmônicos. As misturas podem ser simples, de duas a sete filas. No Grande Órgão (Great, Grande-Orgue, Hauptwerk, geralmente o I teclado) há grandes Misturas chamadas de Mixture, Fourniture, Plei Jeu, e pequenas e agudas misturas chamadas Scharff, Cymbal.
B) LINGÜETAS Os tubos de lingüeta podem ser classificados em lingüetas de coro e lingüetas de solo. Essa classificação diz respeito à função desses registros. Na verdade, qualquer registro de lingüeta, desde que não seja desagradável ao ouvido, pode ser um registro de solo; e outros, que seria usados como solo, podem soar muito bem em combinação com os demais registros. Para facilitar, pode-se dizer que as lingüetas de coro são os metais da orquestra: Trompete, Trombone, Posaune e os de solo parecem-se com o grupo dos sopros: Oboé, Clarinet, English Horn, Voix Humaine.
Unificação É um recurso utilizado para facilitar a construção de um órgão em um espaço muito reduzido (e também para tornar o custo menor). De um registro já existente faz-se um outro para outro manual ou pedal. Assim, de um Bordão 16’ de um manual, pode-se “emprestar” uma parte para fazer um registro do pedal.
Prof. Dr. Dorotea Kerr e Organista Catálogos de Órgãos da cidade de SP, pg. 279-287.
Organista Completo
1. Quem pode achar o organista perfeito, pois seu preço é muito acima dos rubis?
2. O coração do dirigente do coro confia nele cegamente, de tal maneira que esse não tem com que se preocupar.
3. Ele é como o navio dos mercadores: traz novas idéias de lugares longínquos.
4. Ele se mantém sempre atualizado; lê muitos livros sobre música de órgãos para que nenhum conhecimento lhe venha a faltar.
5. Ele estuda para mostrar-se aprovado, dividindo corretamente os registros e as tonalidades de acordo com as necessidades.
6. Ele lê corretamente sua partitura, como um que lê as letras maiores que o oculista projeta, e não se esquece de nenhuma mudança de clave.
7. Ele abre com sabedoria a sua boca, e em sua língua está a lei da bondade.
8. Ele não abafa o tímido solista com o uso excessivo do pedal, que não é digno, nem desconcerta aos de vozes fracas com o diapasão.
9. Eis que ele prepara sua música com antecedência, e não se parece com aqueles que, afobados, procuram artigos numa liquidação.
10. Ele não se enfurece, nem se rebela contra o ensaio extra, nem murmura contra as repetições.
11. Ele não se reveste de ares que não são próprios para a casa do Senhor, mas se conduz com brandura e docilidade.
12. Ele não repete mexericos entre aqueles que fazem parte de sua família musical, nem cochila, de medo que suas palavras sejam armadilhas verbais.
13. Por conseguinte, se ele não pode falar bem do canto de alguém, desta ou daquela interpretação, não abre sua boca de maneira alguma.
14. Verdadeiramente vos digo, o organista perfeito é uma pérola de grande valor.
Fonte: "Louvor Perene". In: Revista Adventista. Abril de 1970, p. 16.
Pré-estágio Ministerial CEL “São João Batista” de SL, RS (1994)
CEL "Cruz" de Petrópolis de POA, RS (1995)
Estágio Ministerial
CEL "Concórdia", de Gramado, RS (1996)
Ordenação Ministerial CEL “São João” de Santa Rosa, RS (01/1998)
Instalação Ministerial CEL “São Paulo” de Canoas, RS (01/03/1998)
Formação Primário na Escola Municipal Paul Harris de Santa Rosa, RS (1981-1984)
Fundamental no Centro Educacional Machado de Assis de Santa Rosa, RS (1985-1988)
Médio na Escola Concórdia de Santa Rosa, RS (1989-1991)Bacharel em Teologia, Seminário Concórdia de São Leopoldo, IELB, (1997)
Bacharel em Música, Regência Coral, pela UFRGS (1999)Bacharel em Música, Composição Musical, pela UFRGS (2001)
Especializações na área teológica (Seminário Concórdia, ULBRA e EST) (2002-2008)
Cursos e especializações na área musical (UFRGS, FECORS, OSPA e FUNDARTE) (1999-2006)
Mestre em Órgão de Tubos pela UFRGS, em andamento.
Locais de trabalho
Colégio Concórdia de Santa Rosa como Prof. de Canto e instrumentos. (1989-1991)
Colégio "São João" com Prof. de Musicalização. (1990-1991)Seminário Concordia de SL como Prof. de Música (1993-1995)
CEL "Concórdia" de Gramado como Pastor Estágiario e Prof. de Música e canto (1997)
ULBRA – Universidade Luterana do Brasil como Capelão de Música e CEL “São Paulo” de Canoas como Pastor (Desde 1 de março de 1998)
Cargos exercidos na Igreja Coordenador da Música e litúrgica do DIGRA
Integrante da Comissão de Culto da IELB
Professor de Música e Maestro dos Corais do Seminário e Instituto Concórdia de São Leopoldo
Maestro Geral de União Coral em diversas celebrações paroquiais, distritais e nacionais.
Professor na Diaconia em Música do Seminário Concórdia
Outras experiências Professor de Música no Colégio Concórdia de Santa Rosa (1989-1991)
Professor de Música na Escola "São João" de Santa Rosa (1990-1991)
Professor de Educação Religiosa na Escola Paz-ULBRA (1993)
Coordenador do Grupo CÍMBALLUZ (1994-2004)
Coordenador da Missão Guajuviras CELSP-ULBRA 2006-2007 (projeto Social e Evangelistico através da Música)
Idiomas Português (fluência verbal e escrita)
Espanhol (Básico verbal e escrito)
Inglês (Básico verbal e escrito)
Alemão (Básico teológico escrito)
Hebraico e Grego (Básico teológico escrito)
Latin (Básico Liturgico)
Francês (Básico)
Italiano (Básico)
Cl 3.16
"Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem salmos, hinos e canções espirituais; louvem a Deus, com gratidão no coração."
Olá, Paulo.
ResponderExcluirEu sou organista assim como você. Moro em Brasília e me formei em São Paulo. Além de tocar, também componho principalmente para nosso instrumento em comum, além de pesquisar literatura para o mesmo.
Gostaria de poder manter contato com você. O meu e-mail é marcelobrunorodrigues@gmail.com. Atualmente me dedico ao deciframento de tablaturas para órgão.